Há quase três anos, você chegou: de olhos bem abertos.
Três meses depois, em janeiro de 2011, inventei de mudar para Passa Quatro, onde todo dia era sexta-feira. A gente chegou no final de março e aproveitou bastante o outono e o inverno na Mantiqueira.
Quando você acordava, antes do dia raiar, chorando e com fome, eu buscava você no berço. A parte "difícil" ficava com sua mãe, que tinha que colocar os seios para fora do pijama, para amamentar.
Depois, enquanto ela dormia, a gente ficava esperando o sol despontar atrás do Campo do Muro. A gente sempre acordou mais cedo...
Eu esquentava água e fazia café com você no colo. E você tinha seis meses quando começou a tomar café: sem açúcar.
Seguindo a Frida, você aprendeu a engatinhar na calçada da rua da sua avó - que eu chamava de "Ladeira da Saudade", por sempre ter sabido que aqueles tempos não voltariam.
Foi lá, Valentina Grossi, e no meu colo, com menos de um aninho, que o barulho do motor de uma motocicleta que seguia pela Tenente Viotti demonstrou, pela primeira vez, seu fascínio precoce por motos.
Voltamos para Brasília em novembro de 2011, infelizmente.
E quanta luta, minha filha, nessa terra árida e contra essa gente de alma vazia que, por vaidade ou maldade, insiste em obstar nosso contato paterno-filial...
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